O aroma de temperos frescos e molhos pairava pela cozinha, proclamando a delícia que se preparava para o jantar italiano
especial. E os doces provocantes que assavam dentro do forno me deixaram salivando.
A fome da minha barriga aumentou mais com isso. O resultado de não comer o dia inteiro. E como eu poderia quando toda a minha mente estava em espiral com os pensamentos de um homem subitamente desaparecido?
"Estou feliz que você veio aqui, Elena. Em todos os preparativos do casamento, não conseguimos tempo suficiente para gastar", disse Teresa, acrescentando alguns manjericões no espaguete.
Eu balancei a cabeça. ''Sim, mas não se preocupe. Eu não vou a lugar nenhum por algum tempo. Portanto, temos muito tempo para consertar isso.''
Algo cintilou sobre os seus olhos, mas ela sorriu.'' Certo. Enfim, como foi seu dia?''
''Foi bom.''
Não foi bom. De forma alguma. Depois da noite passada eu não tinha mais paz. O que o Caio falou, sobre o relacionamento deles, sobre o envolvimento dela com o Guilherme me deixou com a cabeça ocupada. E de repente ele desapareceu do país.
À noite, quando recebi a ligação de Carla e fiquei sabendo que Leandra estava no Reino Unido, isso levantou muitas questões na minha mente. Como se ele literalmente não tivesse ninguém lá fora, exceto ela, então a suspeita de que ela poderia ser uma das razões da sua visita frequente não era irreal. Mesmo que eu não tivesse o direito de me sentir irritada com isso, mas eu me sentia. Mas, de alguma forma eu sabia que ele não estava lá por ela. Não houve nada entre eles como eu pensei no começo que eles tinham. Eles eram apenas amigos.
Isso é o que você pensou sobre Guilherme e Teresa também.
Esse foi o principal motivo de eu estar aqui. Eu queria respostas para minhas perguntas. E agora, apenas Teresa poderia me esclarecer. Eu perderia a minha sanidade se ela não o fizesse.
Remexendo-me no assento, limpei a garganta. "Uh, eu estava pensando em te perguntar uma coisa... umm, eu..."
Ela ergueu os olhos. Observando a minha hesitação, ''aconteceu anos atrás e eu deveria apenas mantê-lo lá. Mas eu..."
"Não importa se faz anos ou não! Eu sempre amei o Caio. Eu sei que nunca tivemos certeza de nada, e também saímos com outras pessoas depois do nosso primeiro rompimento. Mas eu nunca o traí. E especialmente não com Guilherme. Ele era meu melhor amigo pelo amor de Deus!" Ela me cortou, a descrença enchendo os seus olhos.
"Então, não havia nada acontecendo entre vocês dois?"
"Claro que não! Por que você pensou isso?" Uma carranca definida entre as suas sobrancelhas. E então a compreensão a atingiu quando ela ficou quieta, culpa piscando nos seus olhos.
"Eu vi vocês se beijando, Teresa. Se não havia nada entre vocês dois, então o que era?" Eu perguntei, um desespero repentino revirou as minhas entranhas. "Caio me disse que você e ele começaram a namorar apenas um mês antes do seu décimo nono aniversário. Significa que você estava com Caio quando você... o que eu acho disso?"
Eu não tinha o direito de fazer essas perguntas pessoais a ela. Foi tudo no passado. Mas eu precisava saber.
Ambos sabiam dos meus sentimentos. Naquela noite no terraço, ela me disse que nunca me machucaria de propósito. As palavras e ações de Guilherme provaram que ele se lembrava de cada palavra que ele disse para mim e de alguma forma quis dizer isso, era o que eu via nos seus olhos toda vez que ele me chamava de dele. Eu não tinha certeza se ele nutria algum sentimento real por mim naquela época, mas ele não achava que eu era uma tola apaixonada por ele. Ele se importava e respeitava a mim e aos meus sentimentos.
Isso é o que eu entendi de todas as suas ações malucas e outras coisas. E mesmo que não tivessem qualquer coisa entre eles, então por que eles fariam isso? Por que eu os encontrei se beijando?
Qual foi a razão pela qual ele ficou tão distante de mim de repente e nem mesmo ligou ou perguntou por mim depois daquela noite?
Nem quando mudei para NY. Sim, depois da morte do pai, ele se distanciou de todos, mas nunca de mim. Mesmo ocasionalmente, ele costumava me visitar. Até que um dia parou. E então veio aquela noite sinistra. A noite em que o meu coração se partiu.
Todas essas coisas têm me incomodado depois que Guilherme de repente do nada começou a aparecer na minha vida, declarou a suas intenções sobre mim, depois da minha conversa com Teresa naquela noite e, finalmente, depois do que Caio me disse ontem
à noite.
— Diga-me, Teresa. Por que você beijou o garoto por quem sabia que sua irmã havia perdido o coração? O aperto entupiu a minha garganta, queimando os meus olhos. "Mesmo depois de amar outra pessoa, mesmo depois de Guilherme ser apenas o seu melhor amigo, mesmo depois de você não querer machucar a sua irmãzinha Como explica aquela noite. Por quê?"
Fechando os olhos, ela esfregou o rosto. "Eu não posso te dizer isso Elena."
"Por quê?" A minha voz aumentou. Ela não podia ver como eu estava desesperada para saber a verdade? A verdade que eles estavam
escondendo.
"Assim como eu disse, vou responder às suas perguntas, desde que seja sobre mim. E não é apenas sobre mim aqui, Elena. Nem é meu segredo para contar. Apenas Guilherme pode lhe dar essas respostas." Ela piscou as lágrimas não derramadas nos seus próprios olhos. "Mas saiba que Elena, nunca houve nada entre mim e Guilherme, exceto apenas amizade. E eu nunca, jamais trairia Caio. Nem sempre é o que parece ser. Às vezes, você precisa ver, além disso."
Os seus olhos me imploraram para não fazer mais perguntas enquanto eu estava sentada em silêncio, absorvendo as suas palavras. O
que ela quis dizer? Não era o que parecia ser?
Então o que foi? Talvez Guilherme tivessem a resposta para essa pergunta. Embora minhas confusões ainda permanecessem sem solução, ela afirmando que não havia nada entre eles fez algo para o meu coração.
"Elena?" Sua voz arrebatou meu olhar de volta para ela. "Espero que você entenda por que não posso lhe dizer nada. Não é minha função lhe dizer isso. Sinto muito."
Eu balancei a cabeça. "Está tudo bem. Eu entendo."
Ela colocou a mão sobre a minha. "Eu sei o quanto é importante que tudo se esclareça para você tomar as próximas decisões da sua vida, Elena. Então eu sugiro que você mesma pergunte a ele. Acho que chegou a hora de você saber tudo."
Surpresa, observei-a perplexa. Eu realmente queria saber tudo para dar os meus próximos passos na minha vida com ele? Eu estava realmente considerando as palavras de Carla para nos dar outra chance?
E o que ela quis dizer com era hora de eu saber tudo? Por que parecia que a verdade que eu saberia em breve mudaria a minha vida para sempre? O toque do meu telefone me distraiu dos meus pensamentos.
Era Bia.
"Olá", eu disse, pegando o telefone.
"Olá, é com a Elena que estou falando?" uma voz masculina falou do outro lado do telefone, algum burburinho zumbindo ao fundo.
"Sim? Quem é? E por que você está ligando do telefone da minha amiga? Onde ela está?" Eu fiz uma careta.
"Senhorita, estou ligando para você do Dakota's Bar. A sua amiga aqui está bêbada e sozinha. Ela está se recusando a sair e não sabemos o endereço dela. Então, pegamos o seu número na lista de discagem de emergência dela e ligamos para você. Teríamos de ser grato se você vim buscar sua amiga, ela está muito mal e não sabemos o que fazer com ela."
"Oh Deus! Há quanto tempo ela está aí?" Eu perguntei, levantando- me da cadeira.
"Aproximadamente quatro horas, senhorita", respondeu o homem.
"Tudo bem, você pode ficar de olho nela até eu chegar aí? Estarei aí o mais rápido possível."
"Claro, mas seja rápida, senhorita. Estamos prestes a fechar o nosso bar esta noite."
"Tudo bem obrigada!" Eu coloquei o telefone na minha bolsa.
"O que foi? Quem era?" perguntou Teresa, a preocupação refletida nos seus olhos.
"É a Bia, ela precisa de mim agora. Depois te conto tudo, tenho que ir agora", disse, peguei o meu casaco e saí correndo.
"Ligue-me assim que estiver livre. E fique segura!"